domingo, 11 de outubro de 2015

Zumbi Gordo em Essen: Dia 4 - 11/10/2015

Maldito seja o tempo, pois ele passou e a feira acabou! heheh

Artigo originalmente publicado na Ludopedia.

Pro último dia da feira eu fiz uma lista do que eu ainda queria jogar. Entre eles, alguns dos principais lançamentos que ainda não tinha conseguido mesa livre. Mas o dia já começou com atraso do trem, e só consegui chegar na feira perto das 13h, e nesse dia fechava as 18h, diferente dos outros dias que fechava as 19h.

A primeira coisa que procurei pra jogar foi o New York 1901, pois o estande estava bem próximo de onde eu estava. Achamos mesa livre e sentamos esperando alguém pra explicar o jogo. Um casal belga participou da partida também. Tinha um cara passando pelas mesas e perguntamos se ele poderia nos ajudar. Ele abriu um sorriso e disse que explicaria o jogo com todo prazer.






Quando se juntou à mesa, disse que era o designer do jogo. O cara foi muito gente boa, e foi interessante isso, pois além dele explicar as regras do jogo, ele falou um pouco de como foi o processo de criação. Uma das coisas legais que ele contou foi que enquanto fazia o jogo, ele ficava atrás de cartões postais de Nova York do início do século 20, para serem usados como referência para as ilustrações do jogo. E então ele mostrou um pacote cheio de cartões postais, e disse que quem fosse o vencedor da partida, poderia ficar com um deles, que deixou na mesa.



A ideia era conhecer as regras, jogar um pouco, alguns turnos só, e sair. Mas o jogo flui tão bem, com regras simples e jogabilidade interessante, que jogamos toda a partida. O mapa é todo dividido em terrenos de 2 ou 3 espaços, que são separados por cores. O jogador pode no seu turno adquirir um terreno e fazer uma construção, ocupando seus terrenos. Ao comprar um terreno, ele é marcado colocando um trabalhador. Ao acabar os trabalhadores (são 4), não dá mais pra comprar terrenos. Deve-se construir algo antes, ocupando o espaço e liberando o trabalhador. Os jogadores iniciam com prédios menores e que dão menos pontos, e ao avançar na trilha de pontuação vai liberando os prédios melhores. É possível também construir prédios por cima de outros mais antigos. E mais outros detalhes, mas no geral as regras são bem simples mesmo.

E eu venci por um ponto de diferença na frente dos belgas (que estavam jogando como um só). Ganhei o cartão postal!




No final, o belga veio atrás da gente e perguntou se a gente tinha interesse em comprar o jogo. Custava 38 euros, mas se comprasse 2, ganhava mais 1. No fim das contas, sairia 25 euros cada um. Caímos na conversa de vendedor e compramos o jogo! Logo em seguida, teve sessão de autógrafos, e o meu jogo foi assinado. Ah, e comprando em Essen tinha também uma promo, que se não me engano vai ter na loja do BGG.




Tentei achar mesa de Blood Rage ou Conan, mas tudo lotado. Preferi não ficar esperando e partir pra outra, infelizmente. Fui atrás do My Village, que era no mesmo estande do Porta Nigra, que também tinha interesse. Chegamos lá e tinha uma mesa vazia do jogo. Sentamos e esperamos alguém vir. Nada. Chamei uma guria que estava procurando jogadores pra outro jogo do estande, e ela disse que não era explicadora do My Village. Ficamos lá uns 10 minutos esperando, e nada. Cagaram pra nós, e desistimos do Porta Nigra também.

Nesse meio tempo, seguimos caminhando pela feira, vendo coisas que já tinha visto, mas nada de espaço nos jogos mais procurados. Vimos o quebra-cabeça de 32 mil peças sendo montado e acabamos chegando onde estava rolando o campeonato de Carcassonne. E que por sinal, estava acontecendo a semi-final, com brasileiro disputando!



Ficamos acompanhando, e a final ficou entre Japão e Grécia, e a disputa do terceiro lugar entre Brasil e Holanda. O Brasileiro ficou em quarto lugar, e por mais que a gente esteja acostumado a querer que o Brasil fique sempre no topo do pódio, é um baita resultado essa quarta colocação. Parabéns ao Humberto Fukuda!



E acabei assistindo toda a final! Nem ia ver, só ia ficar um pouco, mas o jogo foi rápido e bem legal de assistir. Os caras jogaram com peças gigantes, inclusive uma torre enorme pra guardar os tiles. Detalhe interessante: ano passado, os mesmos caras disputaram a final! Em 2014 o japonês venceu, e em 2013 o grego já tinha sido campeão.

Quanto ao jogo, ele estava bem disputado, com pontuação bem próxima o tempo todo. O japa tinha uma fazenda boa, e o grego já tinha armado o golpe, mas parecia muito difícil de conseguir, devido aos bloqueios do japonês. Em uma cidade bem grande, o japonês conseguiu juntar e empatar a presença. Mas numa das últimas peças, o grego conseguiu juntar os fazendeiros dele e estabelecer a maioria, o que no final das contas foi o que garantiu a vitória dele!


Depois, ficamos andando pela feira de um lado para o outro só procurando possíveis promoções finais. Eu ainda consegui pegar a expansão nova do Power Grid em alemão mesmo, mas isso pra mim não tem problema, já que o jogo não tem dependência nenhuma de idioma e o manual é fácil de achar em inglês. O meu Power Grid nem Power Grid é, é um Alta Tensão, edição da Runadrake! hehehe

Ainda passei no estande da Feuerland pra ver se ainda tinha a promo do Terra Mystica, mas o cara tava em altos papos lá e eu não ia ficar esperando na fila que nem ele tava dando bola.

Fim da história, essa foi minha ida à Spiel 2015. Evento FODA! Que vontade de ir nos próximos! Espero conseguir voltar algum dia, assim como nos grandes festivais de metal que rolam em terras germânicas.

Não comprei tanta coisa assim, mas acredito que minhas compras foram excelentes. Planet Steam, De Vulgari Eloquentia, Hansa Teutonica, Power Grid: The Stock Companies, New York 1901 e algumas outras coisas em promoções.









Enfim, essa foi a jornada do zumbi por Essen! Se gostaram, dêem uma força, curtam a página do Zumbi Gordo, comentem e compartilhem as postagens. Abraços!

sábado, 10 de outubro de 2015

Zumbi Gordo em Essen: Dia 3 - 10/10/2015

Maldita seja a ideia de ver toda a feira na quinta e sexta e deixar pra jogar no sábado e domingo!!! 

Artigo originalmente publicado na Ludopedia.

Hoje a feira tinha muita gente! Toda a cidade de Essen resolveu ir passear lá, eu acho. Dos lançamentos/hypes/jogos esperados/fodões, o único que eu consegui mesa livre pra jogar foi o 7 Wonders: Duel. E gostei muito do jogo! Ele tem mecânicas bem diferentes do 7 Wonders, e mesmo assim consegue manter a "identidade" do jogo, e não é só pela arte.



Não tem draft de cartas, elas são escolhidas de um grid formado por cartas abertas e fechadas, que é diferente pra cada era. Isso é muito massa porque tem vezes que tem que pensar muito bem se vale a pena pegar tal carta, liberando a que está em cima e que pode ser boa pro oponente, ou então pegar uma outra que não ajuda muito, mas forçando o oponente a ter que fazer uma decisão mais difícil.



As regras foram bem fáceis de aprender e a partida fluiu bem. Acho que não jogamos com nada errado. Ele está sendo vendido na feira por 25 euros, e mesmo achando que poderia ser um pouco mais barato, vale o investimento.



Joguei a versão digital de Camel Up, e o aplicativo é muito bem feito. A única coisa que não gostei é que todo mundo vê qual a cor que a gente tá apostando pra ser o vencedor ou perdedor. Mas acredito que ao jogar com um tablet isso aí é eliminado, pois o jogador pode pegar o dispositivo e simplesmente virar só pra ele ao fazer essa ação, coisa que não dava pra fazer com o monitor fixo na parede.


Testei o 011, que é mais antigo, mas nunca tinha visto ele, e é um dos que está em ótima promoção na feira. O jogo tem um monte de mecânicas misturadas, mas que funcionam. O objetivo do jogo é composto de várias coisas: o jogador tem que ter as 15 páginas de uma partitura, tem que saber quem é "O Escolhido", tem que achar a localização do órgão mágico (ui) e levar O Escolhido lá pra tocar a música antes do fim do mundo.


Isso tudo é feito com escolha de personagens, dedução, pontos de ação, movimentação pelo mapa, etc... É uma mistura de um monte de coisa, mas funciona. Pode não ser uma grande maravilha, mas jogamos metade de uma partida e foi bem legal. Pontos positivos extras: total independência de idioma e manual até em português!


Tem também a parte gráfica que é bem interessante. O jogo tem uma ambientação steampunk, e os personagens são os membros da banda Therion. Isso foi o que me chamou atenção lá em 2011, quando o jogo foi lançado, mas nunca tive oportunidade de jogar. Mesmo só gostando do primeiro álbum da banda (que não tem absolutamente nada com o som que a banda faz hoje em dia), tá valendo heheh


No estande da Artic Union (que é um agrupamento de empresas da Finlândia), joguei o Allies: Realm of Wonder. É um jogo de cartas para duas pessoas bem fácil de aprender, com poucas regras e uma mecânica até interessante. Sem muitos detalhes, envolve girar as suas cartas ou as do oponente pra aumentar o diminuir a força delas em cada um dos conflitos. Esses conflitos são pra tomar os terrenos, que é o que dá pontos no fim do jogo. Mas no geral eu achei ele meio chatinho e tem alguns poderes especiais que dão aleatoriedade demais ao jogo.



Outro que joguei foi Roar, que tem como diferencial a utilização de um tablet pra jogar. Nesse caso, é essencial o dispositivo. O jogo é sobre um monstro que está a solta pela cidade, e os cientistas devem capturá-lo. Um dos jogadores controla o monstro e os outros, os cientistas. Com o tablet, o jogador que controla o monstro "escaneia" o tabuleiro, identificando onde estão os cientistas. Ele então escolhe para onde o monstro vai  se mover. Os jogadores que são os cientistas vão escutar quatro sons. Cada um desses sons corresponde a uma esquina do local onde o monstro foi. O objetivo dos cientistas é conseguir capturar o monstro dentro de um determinado número de turnos, antes que o monstro consiga ir nos locais que ele recebe como objetivo no início.

Ah, e o monstro não tem peça física, ele aparece só no aplicativo, que também "vê" o cientistas e interage com realidade aumentada. É bem interessante pra crianças, é como um Interpol da nova geração.



O próximo a ser jogado foi Dino Race, um joguinho bem bobinho de corrida de dinossauros. Basicamente, o jogador vai usando as cartas de terreno pra mover seus dinossauros pro próximo tile, caso ele tenha a carta daquele terreno. Claro que tem umas cartas que sacaneiam os outros e umas outras coisinhas a mais, mas é um jogo pra crianças...




Também joguei Titan Race, mais um de corrida. Cada jogador controla um titã e quem completar 3 voltas no tabuleiro primeiro, vence. Mas a pista tem alguns obstáculos que causam dano, além dos poderes dos personagens e as cartas que fazem coisas variadas. A movimentação é feita através dos dados. O primeiro no turno joga todos os dados, e os resultados são as ações disponíveis a fazer. Podem ser coisas como "andar pra frente duas vezes", "andar pro lado duas vezes", "andar uma vez e deixar uma bomba" e coisas assim. É bem simples também, e bem caótico. A arte é bonita, inclusive com miniaturas bem legais.




Eu queria jogar o Deterrence 2X62, mas as vezes que passei pela Funbox estava tudo ocupado. Se conseguir, amanhã testo o jogo lá.


Procurei o My Village. Eu nunca joguei o Village, e não sei como são as mecânicas ou o tema, então não sei nada desse também. Não consegui mesa pra jogar, só fiquei um pouco vendo o pessoal jogar. E me agradou, fiquei afim de conhecer o jogo.





E por fim, joguei uma pérola chamada "Walk to Jesus". Eu já tinha certeza que o jogo era ruim, mas nunca imaginei que era tanto. A gente sentou pra jogar só pela piada, sem saber que a piada maior era o jogo... Eu prefiro passar uma tarde jogando par ou ímpar que jogar outra partida disso. É um jogo infantil pra fazer uma lavagem cerebral cristã nas crianças. As mecânicas do jogo são bem bobas, que consistem em rolar o dado, mover o peão e fazer a ação do local onde ele parou.


Essas ações podem ser coisas como ir para um dos círculos internos (eu já pensei na hora nos círculos do inferno de Dante! hehe), ficar rezando com a virgem Maria e ganhar uma rolagem extra, ganhar cartinhas de ações desbalanceadas, ou então cair em tentação (representado por um diabinho numa pilha de moedas) e ficar lá até conseguir rolar 1 no dado, e a incrível casa do "pecado" (representado pela cobra), que ao cair lá, o peão é simplesmente eliminado do jogo!


E como vencer nisso? Chegando no círculo central, não é só chegar lá e falar com Jesus. Ele é um cara muito ocupado. Então o jogador tem que conseguir chegar com um peão em um dos arcanjos da sua cor, e estando lá, conseguir rolar um 6. O "diferencial" do jogo é que ao parar na mesma casa que outro jogador, há duas opções. Dá pra mandar o oponente de volta pra casa inicial ou então ajudar o amiguinho, dando uma carta pra ele e ganhando uma rolagem extra! Que bosta né?


O engraçado é que eu tava usando essa camiseta:


É isso! Amanhã tem o último dia, espero conseguir jogar Conan, Blood Rage e mais vários outros, mesmo sabendo que a maioria eu não vou conseguir jogar heheh