sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Mexica, euro de raiz!

Malditos sejam!

Artigo publicado originalmente na Ludopedia.

Mexica era o último da famosa Trilogia das Máscaras que ainda não tinha visto mesa por aqui. Pra quem não conhece, essa é uma série de jogos desenvolvidos por Michael Kiesling e Wolfgang Kramer (dois baita game designers) entre 1999 e 2002, e que conta também com Tikal e Java. Há também o Torres, da mesma dupla, que é considerado por alguns como o quarto elemento da série, por ter mecânicas semelhantes.


Vou começar falando dos componentes. A caixa do jogo é retangular, comprida e baixa, bem diferente do padrão de caixas quadradas que temos hoje em dia em praticamente todas as editoras. Não é o melhor formato para guardar na estante e nem pra ter muita resistência. Mas valoriza a arte da capa, já que a caixa é grande. Como tradicional da série, o Mexica também tem um insert de plástico injetado muito bom, com espaços determinados pras peças.

O tabuleiro é grande e bem ilustrado, apesar de não ter muita coisa. Aliás, há poucas peças no jogo. Temos também tiles de canal, que são azuis (já que é água...), tokens de ponte, que eu gostei, cortados no formato e não tem como confundir com nenhuma construção, como talvez aconteça na nova edição, onde a ponte é tridimensional também. Cada jogador tem um cubinho para marcar os pontos e um Mexica, que é o seu peão, o explorador do terreno, que é só um toco de madeira. Outros componentes presentes são as fichas de ação extra, as fichas de pontuação dos distritos e os player aids. Pra finalizar em questão de componentes, há as construções, que são zigurates de 1 a 4 andares, e cumprem bem o seu papel.


Sobre a mecânica do jogo, ele é do que já podemos chamar de euro old school. Não se preocupa em ser ultra temático, não é cheio de elementos e fases diferentes... É um jogo enxuto e "elegante". Poucas e simples mecânicas, e um monte de possibilidades.

No seu turno, cada jogador tem 6 pontos de ação, e uma série de possíveis ações que pode executar. Cada uma tem um determinado custo de pontos de ação. As mais comuns são construir canais, construir/mover pontes, construir construções (sim!), movimentar o peão e fundar um distrito. Claro que cada uma das ações tem suas restrições, mas não vou entrar em detalhes aqui.


O jogo é bem dinâmico, e mesmo tendo a possibilidade de queimar uns neurônios pra otimizar as jogadas, não tem muito como ter AP. Os turnos acabam sendo até bem rápidos, e o jogo no total também. A partida acabou muito antes do que havíamos planejado.

Há espaço para boas estratégias. Pra quem conhece Carcassonne (a essa altura, alguém ainda NÃO conhece?!) e manja do golpe da fazenda, saiba que no Mexica também rola coisa parecida. Tem como aplicar o golpe do distrito, tomando o controle do local pra ficar com os pontos.


A pontuação se dá através do controle dos distritos. No início do jogo, são sorteados 8 marcadores de pontuação, que tem 3 números neles. O número maior diz qual o tamanho exato que deve ter um distrito, e para a pontuação do fim da fase. Os outros são para quando o jogador funda um distrito e para os casos de empate no momento de pontuação.

Os distritos são fechados quando uma área de terreno é cercada por canais. Para fundar um distrito, é necessário estar com o seu peão nessa área e ter um marcador com o número exato ao número de espaços no distrito. Quando faz essa ação, o jogador imediatamente recebe pontos. Mas a pontuação principal mesmo vem no final das duas fases, e é de acordo com o controle em cada distrito, ou seja, quem tiver mais "poder" em forma de construções. Pra isso, são somados os valores das construções de cada jogador, e quem controlar, leva os maiores pontos.


Uma das ações que eu não falei, e que é muito útil, é a de comprar marcadores de ação extra. Mas como assim, pagar um ponto de ação pra ter um ponto de ação?! Sim! Em alguns turnos, não há muito o que fazer na última ação, então vale muito ficar acumulando, pra mais tarde conseguir fazer jogadas grandes e tomar controle de alguns locais.


Nessa nossa partida (que foi entre 3 jogadores), o vencedor fez 126 pontos, contra 106 dos outros, empatados. Em caso de empate, quem tiver mais fichas de ação, ganha. Esses 20 pontos de diferença não são muita coisa, em poucos distritos já se faz essa diferença.

O veredito final é que o jogo é muito bom! É rápido, tem uma boa dose de estratégia, bonito... Não sei se a nova edição tem alguma diferença de regras (eu acho que não, já é tudo redondinho), e sei pouca coisa de diferença entre componentes. Pra quem gosta de euros enxutos, vale muito a pena adicionar na coleção, e já esperar o relançamento dos outros (principalmente do Tikal, que é sensacional)!



terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Joguei Scythe! Mas e aí?!

Maaaaaalditos sejam, seres decrépitos!

Artigo publicado originalmente na Ludopedia.

Finalmente joguei Scythe, o tão falado euro com pancadaria que ficou famosão por causa da arte linda que tem. E realmente, a arte do jogo é bonita demais!

Joguei uma partida entre 4 pessoas, onde 2 já haviam jogado e 2 não. Sorteamos os tabuleiros individuais e as nações. Fiquei com a Rússia... quer dizer... Rusviet Union. Cada uma das nações possui alguns poderes diferentes, um deles ativo sempre e outros que vão sendo liberados na medida que vamos construindo os mecas. Achei isso legal, pois te força a pensar em qual ordem é mais interessante ir liberando esses poderes.

Há também o tabuleiro individual com as ações. Todos tem as mesmas ações disponíveis, mas são todos diferentes entre si, seja em alguns bônus que as ações podem dar ou no agrupamento de ações de maneira diferente. Cada bloco possui duas ações diferentes. Ao selecionar um bloco, é possível fazer tanto só uma como ambas as ações. Isso aí também funciona de um jeito interessante, pois é sempre interessante conseguir usar as duas ações no mesmo turno.

Na parte de cima, é possível receber recursos, ganhar popularidade, aumentar o poder militar, comprar cartas de combate, mover, ganhar dinheiro e produzir recursos nos terrenos que controla. Na parte de baixo, há as opções de fazer upgrade das ações, liberar mecas para o mapa, construir estruturas e "recrutar".


No mapa, que é onde o principal do jogo acontece, há diversos territórios, cada um produzindo algum tipo de recurso. Cada trabalhador em um território produz uma unidade do recurso na fase de produção, simples assim. Pra cada trabalhador em uma vila, um novo trabalhador é retirado do tabuleiro individual e vai para o mapa.

No início da partida, cada jogador recebe dois objetivos, e pode cumprir um deles. Os objetivos são bem variados, alguns muito mais fáceis que outros, e nenhum deles dá pontos diretamente. Daqui a pouco eu falo como é a pontuação do jogo... Por exemplo, eu tinha um objetivo que era controlar 3 espaços de montanha, só isso. Outro jogador tinha um que era controlar 5 territórios adjacentes a um lago, ter 2 de dinheiro ou menos e 7 de popularidade. Caralho, isso é muita coisa! Ainda mais que popularidade é algo bem difícil de ir subindo.


Como eu já disse lá no início, o jogo também possui combate. A pancadaria é bem simples. Existe uma trilha de poder militar, que vai de 0 a 16, se não me engano. Quando há um combate, os jogadores indicam em uma roleta quanto desse poder eles vão gastar (no máximo 7), e podem adicionar uma carta para cada unidade envolvida na batalha (trabalhadores não contam). Quem tiver o maior número total, vence. Atacantes vencem empates. O perdedor pega suas peças e leva de volta para a sua base. Caso o atacante tenha expulsado trabalhadores, perde 1 ponto de popularidade para cada trabalhador. Os recursos ficam no local!

Fui atacado várias vezes, inclusive quando queria voltar para a minha base (que estava longe) e não usei nada de poder para perder e voltar, e já sair movimentando novamente daquele ponto. Em outras vezes, me gastei mas desci a lenha nos inimigos.


No centro do mapa há a Fábrica. Se o herói/líder terminar o turno lá, o jogador escolhe uma das cartas da fábrica, que são ações extras que ficam desbloqueadas para usar. Cada um pode ter somente uma, e ficam disponíveis durante toda a partida juntamente com as outras ações do tabuleiro individual.


A condição de fim de jogo e a pontuação do jogo são um pouco incomuns, mas não são difíceis de entender. Cada jogador tem 6 marcadores de estrela. Assim que um jogador colocar todos os seus marcadores, o jogo acaba imediatamente. Mas não necessariamente quem termina o jogo é o vencedor. A trilha de popularidade serve (entre outras coisas menores) para determinar os multiplicadores da pontuação. De acordo com o número de pontos lá, os jogadores ganham diferentes pontuações para territórios ocupados, estrelas já colocadas nos objetivos e recursos. Por fim, ainda é somado o dinheiro.

Nessa partida, um dos jogadores fez uns 80 e poucos pontos, ganhando. Eu, que achei que estava bem mal, e fiquei metade da partida encurralado tomando porrada, fiquei em segundo com 35, seguido por 32 e 28. Gostei do jogo, achei ele um euro com interação e porradaria bem interessante e com alguns elementos originais, e jogaria novamente com certeza. Até mesmo colocaria na minha coleção, mas como JOGO, acho que não vale o quanto custa. Fiz uma comparação com o hype do Blood Rage, que também tem uma arte linda, miniaturas fantásticas e tudo mais, mas que como jogo é só legal.

Vale dizer que jogamos com alguns elementos adicionais, como recursos de resina bem legais e moedas customizadas de acordo com as nações muito, mas muito bonitas. As miniaturas são boas, mas estão abaixo do padrão que já estamos nos acostumando, como em jogos da Fantasy Flight ou CMON. Além disso, mas miniaturas são completamente desnecessárias.

Enfim, gostei do jogo, mas ele é supervalorizado DEMAIS!

Espero conseguir reativar o site e publicar com uma certa regularidade, então acompanhem o canal na Ludopedia para mais análises e relatos de jogatinas, assim como a página no Facebook. Será que em breve também rola um canal no YouTube? Vamos ver...


Ah, um pouco mais sobre a arte do jogo. Vi [url=http://www.ungeek.ph/2016/12/bet-you-didnt-find-these-awesome-scythe-easter-eggs-hiding-all-over-the-board/]essa postagem aqui[/url], que mostra diversos easter-eggs, vale a pena conferir!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Teve jogo! Bruges, Tokaido, Brass e outros...

Malditos sejam!

Artigo publicado originalmente na Ludopedia.

Rolou jogatina em Santa Maria nesse fim de semana. Como vem acontecendo ultimamente, conseguimos o espaço do Templo, uma loja focada em Magic, mas que está abrindo as portas para uns encontros de jogos de tabuleiro.

Cheguei depois que o pessoal já tinha começado a jogar, então teria que ficar esperando. Mas eu não fui o único. Enquanto uma mesa jogava 7 Wonders e a outra jogava o acima da média Brass, iniciamos uma partida de Bruges entre 3 jogadores. Eu nunca tinha jogado o jogo, e estava contra dois caras acostumados a ele já. São poucas regras, a explicação foi bem rápida. Jogamos com a adição da expansão dos barcos, mas deixamos os eventos de fora.

No decorrer dos primeiros turnos fui pegando o funcionamento do jogo, e apesar de uns tropeços, acho que não me saí tão mal assim. Uma coisa que eu joguei errado praticamente metade da partida, foi achar que só poderia baixar personagens em uma construção de mesma cor.

Bom, o jogo tem uma infinidade de estratégias a tomar, que dependem muito das cartas que vem para a mão na rodada. Não achei o jogo pesado, mas ele dá margem pra uma boa AP. A partida não foi muito demorada, e como já era de se esperar, eu fiquei em último. Mas gostei bastante do jogo, e com certeza jogaria novamente.




Logo depois do fim da partida de Bruges, o Brass da outra mesa estava encerrando também.




Em seguida, iniciamos uma partida de Tokaido. Eu tinha jogado uma vez, com 5 jogadores e achei o tabuleiro povoado demais. E essa partida foi também com 5 jogadores. Mais uma vez, achei que algumas vezes ficamos sem muita escolha, já que tudo pela frente está cheio de gente ocupando os espaços.

Mas enfim, jogamos. Eu ainda quero jogar ele com menos pessoas. Falando sobre a partida, meu personagem era o velhote que ganha bônus por ir relaxar nas piscinas naturais. Fui em várias, e ganhei bastante pontos por isso. Disparei na frente durante a partida, mas no fim das contas, não fiz muito mais coisa que isso. Fiquei empatado em último.

O interessante é que cada um buscou uma estratégia diferente. Um dos jogadores foi em praticamente todas as lojas do tabuleiro! Ah, uma coisa que vale mencionar é que eu acho que joguei errado da primeira vez. Pelo que lembro, só pontuamos as coisas no final do jogo. E dessa vez, jogamos pontuando tudo assim que fazia a ação. Pelo que vi no manual, é o jeito certo mesmo. mas achei que assim os pontos dos conjuntos de souvenirs dão pontos demais.



E na outra mesa rolou mais de uma partida de 7 Wonders, e sei que teve também um Smash Up. Eu tive que ir embora depois do final do Tokaido, e sei que a galera ainda jogou Netrunner. E foi isso! As jogatinas continuam acontecendo regularmente, e esse encontro no Templo vai se firmar como mais uma opção no grupo.