sexta-feira, 18 de maio de 2012

Metal Open Air: Dia 3 - Turismo Open Air

Com o fracasso do segundo dia, mas sem ter notícias oficiais do evento, fiquei aguardando notícias novamente. "Dessa vez eu descubro que ônibus vai até lá e vou sozinho, se necessário. Mas não vou perder mais um dia do festival". Foi o que eu pensei. Mas não demorou muito pra oficialmente o evento ser cancelado de vez.

Depois de muita cara de pau, os "responsáveis" pelo festival soltaram uma nota cancelando o terceiro dia. Do jeito que aconteceu, esse festival não deveria nem ter começado. Não tinham dinheiro pra nada. Não pagaram as bandas, o som, a estrutura, etc. Tinha tudo pra ser um evento memorável, pra acontecer todos os anos. Mas eles conseguiram entrar pra história do metal nacional, só que de uma maneira bem ruim.

propaganda do maior engodo das Américas



aeroporto cheio de gente, muito acampados lá na frente


Aproveitamos o domingo pra fazer turismo. Andamos pelo centro histórico, mercado público e em vários pontos da cidade. As pessoas são muito legais, mas não posso dizer o mesmo do lugar. É uma pena, porque é uma cidade histórica, só que muito mal conservada, pra não dizer "jogada às traças".

as mais diferentes cachaças


mapa do centro histórico


cardápio do dia



o famoso "Guaraná Jesus". Rosa, com cheiro de xarope infantil pra tosse e bem ruim


cartaz de um evento passado com bandas de metal extremo. Devia estar melhor que o MOA hehe


de novo no Tapuias, o botecão massa!




e alguns dias depois, finalmente voltando pra casa




O que aconteceu de melhor no festival foi ver o comportamento do público. Ao contrário do que todo mundo imaginava, não teve nenhum quebra-quebra, protestos violentos, nem nada do tipo. Eu não cheguei a ver nenhuma briga acontecendo no festival. Isso só prova que o estereótipo de headbanger arruaceiro é muito furado.

Todos os participantes do festival foram orientados a ir no Procon fazer uma queixa. Eu já botei isso em prática, espero que dê em alguma coisa.

Finalizando a aventura: foi uma aposta. Poderia ganhar ou perder e infelizmente, perdi. Da próxima vez, ficarei com um ou até os 2 pés atrás antes de resolver ir em um evento desse porte.


Se liga na história toda:
Dia 0 - Muita expectativa!
Dia 1 - Capenga, mas rolou
Dia 2 - Fim?!

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Metal Open Air: Dia 2 - Fim?!

Depois do primeiro dia meio capenga e com os boatos de muitas bandas canceladas, ficaram várias dúvidas sobre o segundo dia do festival. Fiquei acompanhando as notícias, principalmente pelo Whiplash. Foi uma avalanche de cancelamentos, resenhas de shows, opiniões sobre o festival, entre outros, mas nada de um anúncio oficial dos produtores.

A minha vontade era ir pra lá e ficar esperando, não era possível que não tivesse mais nada... Só que o pessoal tava com receio de ir pra lá, então ficamos aguardando mais novidades. As notícias não foram nada animadoras. Os palcos estavam sendo desmontados, haviam poucos seguranças, entrava no lugar quem quisesse, e a polícia montada tava indo pra lá.

Em seguida, surgiu uma notícia de que o festival estava cancelado. MAS QUE MERDA! Atravessar o país pra ir no "Maior festival da América Latina", pra não ver nem 1/4 das bandas anunciadas...

Durante o meio da tarde, foi anunciado que a Ácido estava no palco. O festival tinha recomeçado! Mas, como eu não dependia só de mim, acabei não indo. Só fiquei sabendo de como foram os shows pela internet mesmo. Não bastasse a frustração de que o festival tinha ido por água abaixo, ainda fiquei sem ver as bandas que tocaram no segundo dia, apesar de poucas.

Nunca ouvi Ácido nem Dark Avenger, mas Legion of the Damned era uma das bandas que eu queria muito assistir, assim como Korzus. Vai ter que ficar pra uma próxima oportunidade. O show do Korzus foi considerado o melhor do festival!

O que restou foi fazer turismo. Apesar de praia ser praia em qualquer lugar, lá fomos nós.


Conhecem "FFF" do Megadeth? "Fight For Freedom". No caso do MOA, seria "Frustração, Fiasco e Filhadaputice". Há vários outros Fs que servem pra descrever o evento. Fracasso é um deles.




Se liga na história toda:
Dia 0 - Muita expectativa!
Dia 1 - Capenga, mas rolou
Dia 3 - Turismo Open Air

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Metal Open Air: Dia 1 - Capenga, mas rolou

De acordo com a programação oficial do evento, os shows começavam as 10:30 da manhã. Eu queria muito estar lá desde o início, pra ver todas as bandas. Afinal, foi pra isso que a gente atravessou o país. Mas aí já começou meio torto... O lugar era de péssimo acesso, muito longe.

Por sorte, uns dias antes foi divulgado que teria um ônibus exclusivo do festival, que passaria por diversos pontos, principalmente nos hotéis, juntando a galera pra levar pra lá. A primeira parada dele era perto de onde a gente tava, e o primeiro ônibus saía as 10 horas da manhã. Já achei meio estranho, porque se o lugar era tão longe, e ele tinha que passar por vários lugares ainda, porque saía tão em cima da hora? Mas tudo bem, 10 horas fomos pra frente do Hotel Holiday In.

Lá já tinha várias pessoas esperando o busão. Conversando com o pessoal, descobri que Saxon e Venom tinham cancelado já. Bah, já fiquei de cara! Eu não tava sabendo de nenhum cancelamento... era sexta-feira de manhã, e desde quarta de noite eu não tinha acessado a internet, então tava por fora dos acontecimentos.

Ficamos esperando o ônibus por um bom tempo, até que uns começaram a sair fora, pegar táxi, conseguir carona... As 10:30, resolvemos pegar um táxi junto com um pessoal que tava lá esperando junto. Primeira facada do dia: a corrida custaria R$60. Como ninguém tinha ideia de como chegar lá, o ônibus não aparecia e já tava passando do horário programado pras bandas começarem a tocar, fomos de táxi mesmo. 12 reais por cabeça, pra uma corrida de meia hora, até que nem foi tão caro. O lugar era MUITO longe, em um bairro bem afastado de tudo.


Chegando lá, encontramos uma fila grande, debaixo de um sol bem forte. Não escutava som nenhum, então imaginei que não tinha nenhuma banda no palco ainda, mas pra falar a verdade, eu nem enxergava estrutura de palco ainda.



Enquanto estávamos na fila que não andava, começou a passar um pessoal do evento perguntando se alguém tinha o ingresso pra um dia só. Quem tinha, poderia passar direto. Palhaçada. Depois, começaram a chamar as mulheres pra fazer uma fila separada. Só que a maioria das mulheres estava acompanhada, e ou tinha que retirar seu ticket com outra pessoa ou era responsável pelo ticket de outra pessoa. Nesses casos, o grupo todo era chamado pra ir pra outra fila. Palhaçada. Com duas filas bagunçadas, o negócio não tava andando muito bem. Mas o negócio piorou, porque de repente, uma mulher começou a "organizar" 5 filas. O troço virou uma bagunça, porque quem tava bem pra trás acabou entrando na frente de quem já tava na fila há um bom tempo. Palhaçada de novo.


Depois de passar pela revista (bem meia boca), fomos trocar os tickets pelas entradas. Não era nada organizado. Tinham umas classes de colégio, com computadores, e as pessoas iam chegando e apresentando os tickets. Eles liam o código de barra com uma máquina como aquelas de supermercado e davam as pulseiras de acesso. Não tinha fila, era só ir se metendo. Eles não prendiam a tal pulseira, só entregavam e cada um que se virasse. Se quisesse entregar pra outra pessoa depois de pegar, não teria problema nenhum. E o pior: não pediam nenhum tipo de comprovante de que a pessoa era estudante, no caso da meia entrada. Qualquer um poderia ter comprado meia entrada, porque eles simplesmente não pediram NADA.


tem que rir pra não chorar...


Depois de uma hora e meia na fila, e com as pulseiras (que tavam mais pra fitinha do Bonfim), finalmente entramos. Seguimos o fluxo de pessoas, porque sinalização não existia. Passamos por uns potreiros, e então vimos os alojamentos. Não dava pra ver a condição precária que ficamos sabendo mais tarde, só dava pra ver os nomes.




Logo adiante, já era possível enxergar os palcos. A "churrascaria" era bem em frente, e já tinha bastante gente por lá. Isso era mais ou menos 1 da tarde já. Nenhuma banda no palco nem som mecânico. Havia uma estrutura em frente a churrascaria ainda sendo montada. Um pouco mais pro lado, outra estrutura montada, mas sem nada. A preocupação começou a surgir.



Não tinha muita gente ainda, e a maioria do pessoal que já tava por lá, se encontrava na churrascaria, nos alojamentos ou atirado nas sombras, esperando que alguma banda subisse no palco pra ir curtir o show. Depois de dar uma volta, decidimos que era melhor almoçar já, porque depois quando as bandas tivessem tocando, a gente ia acabar não querendo sair da frente dos palcos.

O único lugar que vimos que tinha comida era a tal churrascaria. Mas e então, cadê a praça de alimentação que tinha sido anunciada?! Inexistente. Pra piorar a situação, todo o dinheiro que levamos já tinha sido gasto no táxi, porque havia sido anunciado que além de todos os estabelecimentos presentes aceitariam cartão, também haveriam caixas eletrônicos. Onde?! Inexistentes também.

Vimos uma galera passando com uns marmitex e descobrimos que na saída tavam vendendo comida, mais barata e bem mais rápido. Fomos até lá, mas bem na hora que chegamos no portão, os seguranças avisaram pra todo mundo que se alguém saísse, ia ter que dar toda a volta e enfrentar a fila de novo. Além disso, a gente não tinha mais nada no bolso (fora os cartões de crédito), então voltamos.

As duas da tarde decidimos encarar a fila do almoço. Sol foda, nada das bandas ainda, sem dinheiro. Mas era o único lugar que tinha pra comer, e o único que aceitava cartão.



Na fila, ficamos sabendo do cancelamento de outras bandas, como Ratos de Porão, que eu queria muito assistir. Tava ficando uma merda já. Sem a estrutura prometida, sem as bandas tocando desde o horário programado, cancelamento de várias bandas fodas...

Soube também que os alojamentos eram ridículos, que as barracas ficavam montadas em cima de merda de cavalo e não tinha água nem luz, só improvisado. Situação precária, total desrespeito.

Mas é aquela velha história, nada tá tão ruim que não possa piorar. Depois de uma hora e meia na fila pro almoço, é anunciado que a comida ACABOU! Que maravilha né? Surgiram então umas tias vendendo sanduíches por 5 pila. Uma galera se botou naquilo, mas eu (e mais várias pessoas) continuamos na fila do almoço, de alguma maneira eles iam ter que nos atender.

O que aconteceu (segundo o pessoal que tava servindo a comida) foi que a organização disse pra eles que teriam que servir uns 300 almoços, porque ia ter todos os estabelecimentos da praça de alimentação. Só que só tinha eles, e eu acho que no fim das contas serviram uns 2 mil almoços.

Enquanto isso, a primeira banda subiu ao palco. Era o Exciter, mas eu não fui assistir porque queria garantir minha comida. Escutei de longe, e mal vi pelo telão (que era bem ruim).

"churrascaria" em primeiro plano, e palco ao fundo, com o Exciter tocando


churrasqueira guerreira de tonel, dava pra ter saído coisa melhor daí!


Com duas horas na fila, finalmente consegui meu prato de comida! 15 reais por um PF. O detalhe é que esse lugar era pra ser a tal Churrascaria Mad Butcher, anunciada pela 'organização' do evento. Era pra ter churrasco de verdade e alguém fantasiado como o açougueiro das capas do Destruction, com direito a motosserra e tudo. No fim das contas, nem churrasco tinha, era isso:


O Exciter já tinha terminado o show, e o Orphaned Land já se apresentava. Pegamos nossos pratos e fomos almoçar assistindo o show ao longe. A comida não era tão ruim quanto o som da banda. Mesmo assim, melhor que nada, afinal, o evento finalmente tinha começado!


Não ficamos muito tempo na frente no palco, e como já nem sabíamos o que ia tocar e o que tinha cancelado, já ficamos bem na frente no palco do lado, esperando o próximo show.

Ficamos lá na frente até descobrir que o show era da Almah, banda do cara que não sabe manter a boca fechada e só fala merda, Edu Falaschi. Claro que ele se não comentou nada sobre a merda que tava sendo o evento, só disse que "tá todo mundo esperando que eu fale alguma coisa, porque eu sou um cara polêmico, mas vamos curtir o festival, uhuul". Não exatamente com essas palavras, mas foi isso daí. Saímos fora e ficamos vendo de longe, já esperando a próxima banda.



Por sorte encontramos uns conhecidos, que estavam parando no mesmo lugar que a gente, e levaram dinheiro pra nos emprestar. A situação ficou mais tranquila. Depois de umas garrafinhas de água tomadas em um gole só, a banda seguinte subiu ao palco, Anvil.

Só conhecia de nome, nunca tinha ouvido nada deles. Não me empolgou muito, pra falar a verdade. O som não tava bom, só dava pra escutar a guitarra.


Shaman foi a próxima banda a tocar. Não curto o som dos caras, foi outra que assisti de longe. (até agora, não tinha tocado nenhuma banda que eu QUERIA ver, e as que deveriam ter tocado tinham cancelado já).

Aquela cúpula que tava sendo montada, e que eu até agora não sei o que ia ser, não foi terminada. De noite ela ficou assim, abandonada pela metade:


A expectativa era grande, porque o Destruction era a próxima! E um dos palcos já estava sendo preparado pro show do Megadeth. Aí o que aconteceu foi o seguinte: os palcos estavam sendo intercalados em todos os shows, uma banda tocava em um, a seguinte tocava no outro. Enquanto o Shaman estava tocando, já nos posicionamos bem na frente do outro palco, esperando o Destruction. Só que quem dava as caras pelo palco pra arrumar o som da guitarra, era o Gary Holt, guitarrista do Exodus. Ficou estranho o esquema, e decidimos sair daquele aperto que já tava ficando lá.

Depois de um bom tempo, o show do Destruction começou no mesmo palco que o Shaman tinha tocado! Quando começou o som da motosserra e apareceram os caras no palco, a galera veio correndo em peso, tomando conta do lugar. Esse show foi muito bom, tocaram vários clássicos e sons novos também. Baita banda ao vivo, curti!



Durante o show, o som teve vários problemas. As caixas que ficavam do lado direito dos palcos ficaram sem som várias vezes durante o show, e demoravam um tempo até voltar. Isso aconteceu durante o show do Shaman também, e se repetiu depois.



Depois de um showzaço de thrash metal, OUTRO showzaço de thrash metal! Exodus destruiu demais! Foi o melhor show que eu assisti. Combinei de encontrar a Priscilla depois do show em um determinado lugar, e fui pro meio da galera, bem na frente do palco. A energia que o show desses caras transmite é impressionante. É uma sonzeira de quebrar o pescoço, de tanto bater cabeça!






no meio do mosh pit!





Depois desse baita show, fizemos uma pausa pra ir no banheiro, tomar uma água e dar uma descansada. A próxima que ia tocar era a Symphony X. Não sou muito chegado no estilo, mas já escutei o som dessa banda. A Priscilla queria assistir o show, e acabamos ficando em um lugar legal, na frente do palco onde o Megadeth ia tocar, mas que dava pra ver muito bem. E os caras surpreenderam, porque eu achei que ia ser bem chato o show, mas foi bom!





E pra fechar a noite, era a vez do Megadeth. Era o show mais esperado, muita gente tinha ido só por causa deles. Na programação do festival, eles nem tinham hora pra terminar, o tempo era aberto, enquanto as outras bandas tinham limite de tempo, em média 1 hora de show. Tudo pra ser uma baita apresentação!






Tocaram alguns clássicos, assim como também tocaram algumas mais novas e do último álbum. Só que eu achei meio "fria" a interação com o público. No final de todas as músicas (TODAS), a banda saía do palco. Em dois momentos, Dave Mustaine disse que iam demorar um pouco pra voltar porque tinham que arrumar um problema com a guitarra dele.








Em alguns momentos o vocalista conversou com o público, falou de política, etc... Coisas que o Mustaine gosta.






Durante o show, o mascote Vic Rattlehead fez sua rápida participação!








O show durou 1 hora, sendo que teve as interrupções entre as músicas. Tocaram uns 50 minutos. Poderia ter durado mais e ser melhor, todo mundo ficou esperando mais. Não que tenha sido ruim, mas não foi o suficiente pra o que o público esperava.

Confesso que nunca fui um fã do Megadeth, nunca ouvi muito a banda, nunca baixei nada, nunca peguei um cd pra escutar. Não sei dizer exatamente porque, simplesmente nunca me interessei pelo som dos caras. O vocal do Dave Mustaine nunca me atraiu muito. Não conhecia praticamente nada das músicas da banda, fora alguns clássicos. Depois do show, fiquei com vontade de conhecer mais o som dos caras, e escutei toda a discografia. Que burrice não ter escutado isso desde piá! Que sonzeira! Claro que tem bosta no meio, mas tem muita coisa excelente!

Bem, depois do encerramento, fomos procurar um jeito de ir embora. A situação na saída tava caótica. Quando aparecia um táxi, a galera se atirava em cima pra pegar e ir embora. Depois de um bom tempo tentando contato com uma van, finalmente conseguimos chamar um táxi e ir embora. Cansados e sem saber que bandas tocariam no dia seguinte, partimos pra casa.


E o segundo dia do festival é uma outra história...


Se liga na história toda:
Dia 0 - Muita expectativa!
Dia 2 - Fim?!
Dia 3 - Turismo Open Air